Festival de Parintins 2016 - "Olhar de Torcedor" com Ewerton Fintelman!

O Júri Imparcial do Orkut - JIO está dando continuidade a cobertura do Festival de Parintins 2016 com o seu quadro ''Olhar de Torcedor"!

O quadro consiste em entrevistas com os torcedores e admiradores do Carnaval de SP, RJ e Festival Folclórico de Parintins, onde os entrevistados contarão de onde surgiu a paixão por tais festas, momentos marcantes, qual escola ou boi de preferência e suas opiniões sobre tais espetáculos!

Hoje damos prosseguimento a temporada de 2016 do "Olhar de Torcedor" voltado para Parintins com Ewerton Fintelman (foto), torcedor fanático do Boi Bumbá Caprichoso! Etho (como é conhecido) é carioca, presidente da LIESV - Liga Independente das Escolas de Samba Virtuais, ritmista da Mocidade Independente e está indo para seu quarto ano no corpo de jurados do Júri JIO Parintins!

Veja também o "Olhar de Torcedor" com Hanna Souza!

Aproveitamos para lembrar que as inscrições do Júri JIO Parintins 2016 já estão abertas, restam poucas vagas, então, se você quer "brincar" de ser jurado do Festival de Parintins desse ano, basta fazer sua inscrição acessando o link abaixo: 


Vamos as perguntas:


1- A quanto tempo você é torcedor do Boi Caprichoso e por que escolheu ele?

Ewerton Fintelman: Conheci o Boi Caprichoso em 2005 através de um amigo que tinha uma escola de samba na LIESV (Carnaval Virtual). Tínhamos um chat com áudio no Yahoo! Messenger e lá ouvi a primeira vez uma toada. De cara, achei estranho, mas quando recebi a primeira, logo vi que o negócio era bom. Daí comecei a pesquisar os bois. De cara houve uma empatia como Boi Caprichoso. Eu não o escolhi. Ele me escolheu.

Capa do CD do Boi Caprichoso 2005

2- Quais os momentos mais marcantes que você já vivenciou do Boi Caprichoso? E por quê?

Ewerton Fintelman: São inúmeros momentos marcantes. O primeiro contato, claro, foi inesquecível. A primeira pisada no bumbódromo, o primeiro ressoar dos surdos da Marujada de Guerra foram arrepios ímpares. Mas acho que dois momentos são para se destacar. Em 2011 quando tive a oportunidade de entrar na arena fazendo parte da Marujada de Guerra. Entramos na arena ao som de “Eu te amo Caprichoso”, que já era uma toada que eu tomava como minha devido a sua letra marcante. Quando comecei a tocar, as lágrimas caíam feito em bebê recém-nascido. Outro momento marcante também foi na primeira noite de festival de 2015. A chuva começou a cair e quando dei por mim, até a galera do contrário cantava junto com o Boi Caprichoso na arena. Voltei pro hotel totalmente ensopado, rouco, mas de alma lavada. Depois ficamos com um pouco de medo das consequências da chuva, mas na hora foi só felicidade. 

Boi Caprichoso 2011 - Eu te Amo Caprichoso

Boi Caprichoso 2015 - Galera contrária também é Caprichoso


3- Quais os momentos mais marcantes que você já vivenciou do Boi Garantido? E por quê?
Ewerton Fintelman: É claro que como rivais na arena os momentos marcantes do contrário são os seus papelões. Que não são poucos, diga-se. Os estouros de tempo em 2008 e 2010, a correria infinda. O menino maluquinho do apresentador chamando os tuxauas na hora errada e depois dizendo que as tribos representavam os tuxauas. As bandeiras de cabeça para baixo hasteadas na galera deles. Não que sejam burros, mas quando pisam em território vermelho parece que dá uma espécie de curto circuito cerebral e só fazem besteira. Deixando a rivalidade e a brincadeira um pouco de lado, achei marcante o trabalho musical de arena de 2013 e 2014. O contrário tinha quase uma orquestra. Era bonito demais ouvir o que se fazia. Havia guitarras distorção, conjunto lírico, conjunto de percussão. Quando o Fred Góes e o Chico Cardoso saíram, parece que a banda desmanchou e todo o brilho se perdeu. 

Boi Garantido 2013 - Toada Geração Garantido

Boi Garantido 2014 - Celebração da Fé


4- O que você tem a dizer sobre os acontecimentos dos últimos meses a cerca de cortes de verbas, fim de parcerias e apoios à festa e até as sugestões de cancelar uma noite de apresentação do festival de 2016?

Ewerton Fintelman: O Festival de Parintins sofre muito com a politicagem. A palavra é politicagem mesmo, não política, que são coisas diferentes. Aparelhamentos e mais aparelhamentos são problemas crônicos enraizados no boi. O que acontece em 2016 é tragédia anunciada desde 2014. Desde esse ano esses boatos são ventilados. Em 2016 um deles já virou realidade. Imagine o que vem por aí se nada for mudado. Quanto às mudanças, sou terminantemente contra. Acredito que a noite sem competição será uma grande decepção, como foi a terceira noite de 2014. E olha que em 2014 só soubemos que não valeria pontuação depois de estarmos na arena. Já sabendo com antecedência, é bem capaz de vermos apresentações frias e com pouco público. 


5- Em sua opinião, qual a importância que tem o Festival Folclórico de Parintins para você e para a região?

Ewerton Fintelman: Pra mim é uma paixão imensurável. Tantas pessoas já passaram pela minha vida. Namoradas, amigos, familiares, entre outros. Passaram e se foram, pelo bem e pelo mal. O festival ficou. O Boi Caprichoso ficou. E sempre ficará. Mesmo que eu me machuque aqui e ali pelas más gestões e afins, o amor pelo meu boi é maior. Para Parintins e para o Amazonas é gigante a importância. Além de ser o maior expoente do Amazonas para o mundo culturalmente falando, movimenta a economia de uma cidade, é fonte do sustento de muita gente. E é também responsável pela inspiração da criatividade desse povo maravilhoso de Parintins.

6- Se você pudesse alterar alguma coisa no Festival, seja regulamento, estrutura ou qualquer coisa, o que você alteraria?
Ewerton Fintelman: Apesar de apaixonado, acredito que o regulamento do festival esteja muito engessado. Os temas são pouco desenvolvidos, muitos ítens acabam caindo na mesmice e isso torna o festival pouco atrativo para a mídia nacional. É claro que não se pode pensar em descaracterizar a cultura, mas se quer vender, tem de adequar certas coisas. Não dá pra ter todo ano uma figura típica regional de pescador. Quando o Caprichoso não faz, o contrário faz. Isso quando os dois não fazem. E na mesma noite! Sem falar do seringueiro… São figuras realmente importantes, mas não dá pra fazer toda hora. Acredito também que falta centralização na organização do festival. Falo isso no geral, desde a infraestrutura interna e externa, até a realização do festival. Ao passo que o festival é gigante, encontra-se erros extremamente amadores que não deveriam ser cometidos.

7- Quais suas expectativas para as apresentações do Boi Caprichoso no festival de 2016?
Ewerton Fintelman: Espero pouco luxo e muita emoção. É necessário superação. Não dá pra esperar alegorias grandiosas, tribos ricas e tuxauas luxuosos. Mas dá pra esperar a força da galera azul e branca de mostrar que não se faz um boi apenas com muitas cifras de reais. 

Galera do Boi Caprichoso.
8- Quais suas expectativas para as apresentações do Boi Garantido no festival de 2016?
Ewerton Fintelman: Acho que apesar da rivalidade, eu e todos os torcedores do Caprichoso torcem e esperam que o boi contrário faça uma boa apresentação. Esse ano o maior adversário do Boi Caprichoso não é o Boi contrário e vice-versa. O maior adversário dos bois esse ano são os gestores do estado e da organização do festival, que tem feito de tudo pra diminuir o nosso espetáculo. Não conseguirão. Não passarão.

9- Qual o sentimento que você tem quando acompanha o Festival de Parintins?
Ewerton Fintelman: Paixão, emoção, tudo de abstrato que é bom. É viciante. 



10- Para finalizar, qual é a sua toada preferida do Festival de Parintins?
Ewerton Fintelman: Boi de Santo, de Simão Assayag, do ano de 2005. Ela reúne tudo o que se precisa pra se emocionar. Conta a história do nosso fundador, do nosso boi, da nossa emoção. Já chorei diversas vezes ouvindo essa toada.

Boi Caprichoso 2005 - Boi de Santo

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