JIO Entrevista: Paulo Balbino - Carnavalesco da Unidos da Piedade!

O entrevistado desse mês do Blog JIO Folia em parceria com o Grupo JIO é o Carnavalesco da Unidos de Piedade de Vitória - ES, Paulo Roberto Balbino.


VAMOS A ENTREVISTA !!
Paulo Balbino


JIO: Paulo, quando começou seu interesse em ser carnavalesco ?

Paulo: Nunca gostei do carnaval, sempre fugia de batucadas ou bailes de carnaval, não sou folião. Mas sempre gostei da arte de criar figurinos p espetáculos de teatro e ballets, então numa  dessas viagens ao Rio para buscar materiais p confecção de figurino p um espetáculo de ballet, fui parado na rua p Joãozinho Trinta e seu assistente, que procuravam rapazes altos p um carro da Beija-flor, no enredo, "O mundo é uma bola" em 1986. Relutei muito, mas acabei indo ao barracão conhecer a industria do carnaval e foi amor a primeira vista, a partir dai, continuei desfilando na Beija como composição de carro, mesmo com a saída do João. Então quando a Beija veio falando sobre "O mundo místico dos Caruanas nas águas do Patu-Anu", no ultimo carro, o destaque do meu amigo Loyá, seria um beija-flor negro, como ele é raspado no santo e não pode usar a cor preta na cabeça, me passou a posição e assim iniciei minha trajetória como destaque dessa fantástica agremiação, minhas fantasias fizeram tanto sucesso q fui convidado a dividir o Abre-alas com a Fabíola  esposa do Anísio, ela vinha no Abre-alas 1A e eu no 1B. Paralelamente iniciei carnavais no Espírito Santo, primeiro em Guarapari, onde trabalhei em 3 escolas de La, mas fiquei muitos anos na Mocidade Alegre de Olaria, onde minha esposa foi madrinha de bateria p muitos anos. Enquanto isso passei a fazer parte da trupe de viagem da Beija- Flor, conheci Suíça, Veneza e Milão, fazendo shows c a Beija. E foi assim q entrei p o mundo mágico do carnaval. 


JIO: Após 2 anos fora da Unidos de Piedade, qual é sua expectativa para o Carnaval 2017? Aproveite e conte para nós um pouco sobre o enredo “No Mundo e na Vida de Cara Pintada Com a Piedade na Avenida”.

Paulo: Tive o prazer de iniciar os meus trabalhos em Vitoria, na mais querida, Unidos da Piedade, a convite do amigo Mauro Pinto. Depois fui para a Andaraí, Barreiros, Pega no Samba. Em 2016, decepcionado com a falta de respeito com os profissionais do carnaval, tirei um ano Sabático e retorno em 2017, onde iniciei minha trajetória no carnaval de Vitoria, esperando q os dirigentes se conscientizem q carnaval é arte e q sem a presença de nos, os artistas, não há espetáculo.
Para 2017, a Piedade conta a importância e a necessidade q todos os povos tiveram e ainda tem, de se comunicar, manifestar ou adorar, através da arte de pintar a cara, " maquiagem".
É um desafio, pois como em todos os meus trabalhos, busco sempre a junção do carnaval com outras formas de expressão artística. Muito teatro, dança e performance para falar dessa importante ferramenta que é a maquiagem. Povos usavam para adorar, seduzir, se identificar perante outras tribos, para guerrear, para disfarçar imperfeições, para camuflar, para atuar, seja no teatro, na musica ou no cinema e até se manifestar.
Enfim, será assim...


JIO: Qual carnaval de sua assinatura que você considera o mais memorável? 

Paulo: Carnaval memorável... Sempre tem alguns pontos que me emocionam muito.
O melhor trabalho, o mais completo foi sem sombras de duvidas, Pernambuco, mas quando escrevi o enredo, contando a historia das mulheres da AFECC, dessas guerreiras, houve muita emoção, do inicio ao fim do desfile. Quando vi a ala de passo marcado, das mulheres mastectomizadas, não aguentei, e passei o desfile inteiro chorando, foi memorável... Recebi muitos prêmios p esse enredo, carnavalesco, comissão de frente, fantasia e enredo. Sem contar a lição de vida q tive com essas pessoas. Jamais esquecerei Fabiana Franco, Tereza Brito e D. Telma, além de muitas outras.


JIO: Quando e porque  você ganhou o apelido “Paulo Barros Capixaba” ?

Paulo: Cara,não sai de quem veio esse apelido e nem quando, lembro muito que o repórter Ferreira Neto, falava q eu tinha o toque de Midas, achava um exagero, mas confesso q ficava feliz c o comentário, afinal sempre trabalhei em escolas com poucos recursos e q tinham um resultado satisfatório. Quanto a minha comparação a Paulo Barros, talvez seja pq sempre coloquei outras formas de expressão para enriquecer os meus enredos. Fui o primeiro a colocar o Thriller de Michael Jackson na avenida, mesmo antes de Paulo Barros, rs
Gosto do carnaval espetáculo, artístico, multicolorido, não me prendo as cores de uma agremiação e sim ao que o enredo exige. Talvez seja isso, mas ele tem muito, mas muito mais recurso, rsrsr.


JIO: Você pensa em um dia assinar um carnaval em São Paulo ou Rio de Janeiro?

Paulo: Trabalho no carnaval, mas tenho outras atividades, sou personal, trabalho em academias, trabalho c dança, com desfile de misses e vários eventos como produção de festas, casamento e aniversários de 15 anos.
O empresario Chiquinho do Babado da Folia, do Rio de Janeiro, me fala sempre que estou perdendo meu tempo no carnaval capixaba, mas nunca pensei em partir p grandes capitais, pois acho q o carnaval, ainda não dá um retorno tao seguro, quanto minhas outras atividades. Falta respeito e seriedade para que os profissionais do carnaval.


JIO: Paulo, a equipe do JIO agradece a você por ter aceito o convite de nos conceder essa entrevista, o JIO está de portas abertas para você e para a Unidos da Piedade! 

Paulo: Agradeço a você Alex Ricardo e a equipe do JIO pela oportunidade de falar um pouco dessa arte que me fascina e conte sempre comigo, mesmo q demore um pouco, rs
Grande abraço
Paulo Balbino !!




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