Análise dos Sambas (Grupo Especial SP) - Império de Casa Verde

O Império de Casa Verde foi a primeira escola do grupo especial a definir seu samba para o carnaval 2016, sendo assim iniciemos a nossa análise por ela, a escola da Zona Norte que vai trazer para a passarela o Enredo “O Império dos Mistérios”

Um samba gostoso de ouvir, quando se ouve pela primeira vez, com uma melodia atraente e em alguns momentos com certos pontos diferentes onde se chama a atenção tanto positivamente quanto negativamente.

              O samba se inicia com:


“Vem Meu Samba Desvendar
Meu Corpo Arrepiar, sou caçador de emoções

Trago no peito... Um sentimento sem mistério

Bate forte coração

Minha Paixão, Te Amo Império”


Já começa com uma das suas principais característica o refrão é longo, em uma era onde a grande maioria dos sambas são 4 versos esse se destaca a partir daqui, eis que parte dando uma introdução ao tema intercalando com muita sensatez ao amor pela escola, muito bem construído,  vale ressaltar que os dois versos finais pelo que aparenta poderão ser ouvidos até em Mogi das Cruzes, o orgulho Imperiano volta a tona neste samba. Com uma melodia gostosa de ouvir a única certeza é que a Barcelona do Samba vai brincar muito.


“Delirante... Além da imaginação
O mundo é mesmo inexplicável
Que fascinação!
Terra sagrada, abençoada
Ensina decifrar o seu valor
Ouro de rara beleza... Eldorado encantador
A fé na minha vida é esperança
Força pro meu caminhar
Sigo a lança do destino
Cada um com sua crença
Crendo na cura da alma e no poder do divino”


Esta primeira parte depois do refrão de cabeça é subdividida em duas partes a primeira são os seis versos iniciais, onde retrata o mistério do planeta Terra. A segunda são os cinco versos finais onde fala sobre o mistério da fé. É uma parte mais cadenciada após a explosão do refrão inicial, não tem algum ponto a ser destacado com mais atenção, tem uma entrada após o refrão boa, e uma saída acertada desde o antepenúltimo verso.

“Diga onde andará... Nosso jardim
Paraíso a encontrar... Riqueza sem fim
No Egito a perfeição e sutileza
O Mar de ilusões... Atlântida!
Mistério dessas civilizações”


                A Parte do samba oito ou oitenta não há uma opinião definida pela maioria, ou você ama ou odeia, não existe meio termo, outro refrão agora o central também com cinco versos, citando o Jardim Suspenso, Éden(?), Egito, Atlântida e as civilizações (Maias, astecas e incas?), ele começa bem de forma rara de ver versos de complementação que rimam seguidos, entretanto o terceiro verso aparenta ser um intruso e o quarto é gritante que foi colocado lá a força, ficou muito feio melodicamente falando, como se quisessem trazer força pro canto sem sair da linha do enredo, como dito a entrada é boa a saída regular.


“Sinais em pedras, o dom de curar
Caminho traçado a outro lugar
Povo iluminado, o tempo dirá
E o amanhã o que será?
Quando a saudade me abraça eu olho pro céu
Vejo a luz que me acalma na imensidão
Sinto a vida em outra dimensão
Chegou... do Espaço Sideral
Uma nação guerreira
A grande estrela desse carnaval”


                A finalização do samba é subdividida em discutível quatro ou três partes, a primeira partindo até o quarto verso fala de mais alguns mistérios que eu não consigo decifrar mas deve ser ruínas escritas, leitura de mão cigana, e o futuro em si, essa parte além de um pouco incompreensiva é simplesmente chata, quatro terminações seguidas em “a” com a melodia permanecendo a mesma, digno de ser a parte mais “conturbada” do samba. A partir daqui vamos trabalhar como se fosse única a parte, onde faria clara a homenagem ao Chico Ronda em lindos versos com uma melodia encantadora, emocionando qualquer componente da Casa Verde, para não fugir do enredo com uma leve passada em espaço sideral para citar o Mistério da vida Extraterrestre com a continuação da mesma melodia não se destaca muito, finalizando assim com exaltação a escola onde a mesma tende a dar um gás iminente para o refrão que há de vir.

                No geral é um samba feito para o imperiano com a tendência de crescer do fim para o refrão de cabeça e se tornar monótono quando se chega ao seu centro, aquele momento que o fator Carlos Junior faz a total diferença a favor da sua equipe e não há duvidas que ele fará de tudo para essa parte “desviada” do samba seja lembrada de outra forma.


Boa Sorte ao Tigre Guerreiro do Brasil.

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